Dom José Mário encaminhou carta ao papa colocando seu cargo à disposição
Renúncia atende a determinação prevista na lei da igreja Católica
O bispo do Rio Grande, dom José Mário Stroeher, enviou nesta quarta-feira (26) uma carta ao papa Francisco renunciando ao cargo. No último dia 19, dom José completou 75 anos e, de acordo com a lei da igreja, quando um bispo chega aos 75 anos de idade, deve escrever uma carta ao papa colocando o seu cargo à disposição. "
Após a aceitação do papa, que pode levar de 10 meses a 1 ano, inicia-se a escolha do meu sucessor. Serei o primeiro a ser consultado sobre a lista tríplice, que depois irá para a congregação de bispos em Roma e depois para a escolha do papa", explicou dom José.Após a aceitação do papa, dom José deve permanecer no cargo, como administrador apostólico, até a nomeação do novo bispo. "Depois continuarei como bispo emérito", disse.
Dom José Mário disse que escreveu a carta no dia 25 de março, que é uma data muito significativa para ele. "Nesta data, há 75 anos, iniciou a minha vida de cristão, foi o meu batizado. E, há 31 anos, em Roma, em frente ao túmulo de São Pedro, eu disse Sim para ser bispo", lembrou dom José.
Há 28 anos como bispo do Rio Grande, dom José diz que não pretende sair da cidade após a nomeação do novo bispo. "Pretendo morar no bairro Parque São Pedro, ao lado da Capela de Santa Rita, e continuar trabalhando", revelou dom José.
No dia 26 de outubro de 1986, dom José chegou a Rio Grande para assumir a diocese. Substituindo dom Frederico Didonet, que estava com problemas de saúde. "Dom Frederico estava doente, havia pressa em substituí-lo, o papa me nomeou. Vim para Rio Grande com muita alegria", recorda dom José sobre a sua nomeação para bispo do Rio Grande.
Como segundo bispo da diocese local, que foi criada em 1971, dom José contou à equipe do jornal Agora, numa entrevista realizada em dezembro do ano passado, quando completou 50 anos de ordenação sacerdotal, que seus dois maiores desafios foram a carência de sacerdotes e a dificuldade de manutenção econômica da diocese. “Quando cheguei, 95% dos sacerdotes eram de fora da cidade. Já ordenei mais de 20 padres para a diocese do Rio Grande”, comemorou dom José, na época. Hoje, ele revelou que estará ordenando mais um padre e quatro diáconos.
Sempre atento, não só à formação religiosa da comunidade, mas também às questões sociais e políticas, dom José Mário disse que só guardará as coisas boas de seu período como bispo do Rio Grande. "Guardo anos de carinho. Sempre tive liberdade para falar o que penso. E sempre lutei e continuarei lutando pelos pobres", concluiu o bispo.
Fonte
Jornal Agora
Por Eduarda Toralleseduarda@jornalagora.com.br