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PE. FÁBIO D MELLO

 

Gostaria de compartilhar com vc esta reflexão do Prof.Felipe Aquino sobre a morte de Eduardo Campos e sobre o comportamento e reação de sua família! O Professor conseguiu expressar tudo o que eu sentia no coração!
"Nós não vamos desistir do Brasil"...
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“NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL” (EDUARDO CAMPOS, † 13.08.2014)

Existem alguns acontecimentos que causam comoção popular; e não é sem razão. Um deles foi a morte precoce de Eduardo Campos. Há muito tempo comecei admirá-lo. Um dia eu fui pregar um retiro para casais em Recife, e a Madre Diretora do Colégio Damas, pediu que eu fosse até a instituição fazer uma palestra para os professores. Fui, e ali conheci o filho mais velho de Eduardo. Fiquei impressionado com o que a Madre me contou dele e de sua família. 

Um homem católico, pai de cinco filhos, que frequentava as missas e adorações ao Santíssimo Sacramento no Colégio Damas, junto com o filho; assim me contou a Madre. Fiquei pensando: “Meu Deus, que bom se o Brasil tivesse um Presidente assim!”.

Quando o seu quinto filho nasceu, o Miguelzinho, portador de “Down”, Eduardo escreveu em seu facebook: “Hoje os médicos confirmaram o que já estava pré-diagnosticado havia algum tempo. Miguel, entre outras características que o fazem especial, nasceu com a síndrome de Down. Seja bem vindo, querido Miguel. Como disse seu irmão, você nasceu na família certa”.

De fato, Miguel nasceu na família certa, em outra poderia talvez ser rejeitado. Uma sociedade mostra sua grandeza quando cuida especialmente dos mais fracos e desamparados.

Que belo testemunho! Que pai amoroso este, que acolhe com um sorriso um filho que precisa de amor e cuidados! Já vi muitos pais e mães chorarem decepcionados quando souberam que o filho era portador da síndrome de “Down”. E, pior ainda, quantos pais preferiram até abortar a criança ao saber que a criança iria nascer com uma alteração genética! Eduardo sabia, e não aceitou fazer o aborto do filho, deixou isso claro. Era radicalmente contra o aborto. Era um cristão. 

Os desígnios de Deus são insondáveis. Por que permitiu esse acidente? Bem, Deus não tem nada a ver com a queda do avião. Isso aconteceu por falha técnica ou humana. Ele não pode revogar a lei da gravidade só para que um avião não caia. Tudo apenas obedeceu às leis da física que Ele estabeleceu para o mundo. Deus não pode ficar fazendo milagres a toda hora, pois não pode desrespeitar as leis que Ele mesmo estabeleceu para a boa ordem do mundo. O livro do Eclesiástico diz que: “Deus criou o homem e o entregou a seu próprio juízo” (Eclo 15,4). O salmista diz que: “O céu é o céu do Senhor, mas a terra ele a deu aos filhos de Adão” (Sl 113, 24). Deus não tem culpa de nada de mau que nos acontece; mas sabe de todo o mal tirar um bem maior (Rom 8,28). Espero, na fé, que a dor dessa bela família, seja uma alavanca para a mudança do Brasil. 

Fiquei tocado ao ver como esta bela família acolheu na fé a morte do pai tão querido. Que imagem aquela da família em torno do caixão do pai; com um dos filhos menores debruçado sobre ele, mas com o rosto sereno, como o da mãe e dos outros irmãos! Que demonstração bela de fé, de esperança em Deus! Que espetáculo de fé! No domingo, no dia do sepultamento do pai, em Missa em sua casa, este menino fez a sua Primeira Comunhão. Que testemunho!
Deus sabe “escrever reto por linhas tortas”. O homem põe e Ele dispõe. 

Às vezes Deus deixa cair uma flor no jardim dos homens, para ter um intercessor no céu. São Domingos, na hora da morte, dizia a seus frades que no céu lhes seria mais útil que na terra. 
Eduardo foi eleito com 80% dos votos válidos para seu segundo mandato para governador de Pernambuco, em 2010. Foi um excelente administrador do dinheiro público durante os sete anos de seu governo. Um tipo de líder que o Brasil não tem; por isso todos, mesmo seus adversários, lamentaram sua morte. É por isso que o país chorou, era uma esperança...

Na véspera da morte, Eduardo deu uma entrevista ao “Jornal Nacional”, vencendo as perguntas duras, encerrou confiante dizendo: “Não vamos desistir do Brasil”. Depois, disse a sua esposa Renata – sua fiel e indispensável confidente: “Fui lá e fiz o gol!”. No dia dos pais, foi seu aniversário, e Eduardo recebeu dos filhos um vídeo, que exibia orgulhoso: “Homem, me acabei de chorar!”, comentava. Depois da tragédia, Renata desabafou: “Estou com essa sensação de que a morte bateu na porta errada!”. Mas ela continua a luta do marido: pediu a seus aliados que “mantenham os ideais de Eduardo Campos”. Deus saberá de toda essa dor tirar algo de bom para esta família e para o Brasil. Cabe agora, a cada um de nós, “não desistir do Brasil”.

 

 

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